São Tomás de Aquino, nasceu em 1225, em uma família de nobres, desde jovem o Santo encontrou resistência familiar, principalmente da mãe condessa, para seguir sua vida Religiosa. Tomás chegou a viajar às escondidas para Roma com dezenove anos, para um mosteiro dominicano. No entanto, ao ser enviado a Paris, foi preso pelos irmãos servidores do Império. Levado ao lar paterno, ficou, ordenado pela mãe, um tempo detido. Tudo isto com a finalidade de fazê-lo desistir da vocação, mas nada adiantou.
Livre e obediente à voz do Senhor, prosseguiu nos estudos sendo discípulo do mestre Alberto Magno. A vida de Santo Tomás de Aquino foi tomada por uma forte espiritualidade eucarística, na arte de pesquisar, elaborar, aprender e ensinar pela Filosofia e Teologia os Mistérios do Amor de Deus.
Provas da existência de Deus
A primeira questão de que se ocupa Tomás de Aquino - na Suma Teológica, sua obra máxima - é a das relações entre a ciência e a fé, a filosofia e a teologia. Fundada na revelação, a teologia é a ciência suprema, da qual a filosofia é serva ou auxiliar. À filosofia, procedendo de acordo com a razão, cabe demonstrar a existência e a natureza de Deus.
Profundamente influenciado por Aristóteles, Tomás de Aquino sustenta que nada está na inteligência que não tenha estado antes nos sentidos, razão pela qual não podemos ter de Deus, imediatamente, uma idéia clara e distinta.
Assim, para provar a existência de Deus, o filósofo procede a posteriori, partindo não da idéia de Deus, mas dos efeitos por ele produzidos, formulando cinco argumentos, cinco vias:
1) o movimento existe e é uma evidência para os nossos sentidos; ora, tudo o que se move é movido por outro motor; se esse motor, por sua vez, é movido, precisará de um motor que o mova, e, assim, indefinidamente, o que é impossível, se não houver um primeiro motor imóvel, que move sem ser movido, que é Deus;
2) há uma série de causas eficientes, causas e efeitos, ao mesmo tempo; ora, não é possível remontar indefinidamente na série das causas; logo, há uma causa primeira, não causada, que é Deus;
3) todos os seres que conhecemos são finitos e contingentes, pois não têm em si próprios a razão de sua existência - são e deixam de ser; ora, se são todos contingentes, em determinado tempo deixariam todos de ser e nada existiria, o que é absurdo; logo, os seres contingentes implicam o ser necessário, ou Deus;
4) os seres finitos realizam todos determinados graus de perfeição, mas nenhum é a perfeição absoluta; logo, há um ser sumamente perfeito, causa de todas as perfeições, que é Deus;
5) a ordem do mundo implica em que os seres tendam todos para um fim, não em virtude de um acaso, mas da inteligência que os dirige; logo, há um ser inteligente que os dirige; logo, há um ser inteligente que ordena a natureza e a encaminha para seu fim; esse ser inteligente é Deus.
Homem, alma e conhecimento
Para Tomás de Aquino, o homem é corpo e alma inteligente, incorpórea (ou imaterial), e se encontra, no universo, entre os anjos e os animais. Princípio vital, a alma é o ato do corpo organizado que tem a vida em potência.
Contestando o platonismo e a tese das idéias inatas, Tomás de Aquino observa que se a alma tivesse de todas as coisas um conhecimento inato, não poderia esquecê-lo, e, sendo natural que esteja unida a um corpo, não se explica porque seja o corpo a causa desse esquecimento.
Conhecer, para Tomás de Aquino, não é lembrar-se, como pretendia Platão, mas extrair, por meio do intelecto agente, a forma universal que se acha contida nos objetos sensíveis e particulares. Do conhecimento depende o apetite, ou o desejo, inclinação da alma pelo bem.
O homem, segundo Tomás de Aquino, só pode desejar o que conhece, razão pela qual há duas espécies de apetites ou desejos: os sensíveis e os intelectuais. Os primeiros, relativos aos objetos sensíveis, produzem as paixões, cuja raiz é o amor. Quanto aos segundos, produzem a vontade, apetite da alma em relação a um bem que lhe é apresentado pela inteligência como tal.
Seguindo Aristóteles, Tomás de Aquino diz que, para o homem, o bem supremo é a felicidade, que não consiste na riqueza, nem nas honrarias, nem no poder, em nenhum bem criado, mas na contemplação do absoluto, ou visão da essência divina, realizável somente na outra vida, e com a graça de Deus, pois excede as forças humanas.
Principais Obras:
* De Virtutibus;
* Comentários ao Evangelho de São João;
* Comentários da Epístola de São Paulo;
* De unitate intellectus;
* De aeternitate mundi;
* Quaestiones Disputatae;
* Quaestiones Quodlibetales.
* Exposição sobre o Credo;
* O Ente e a Essência (1248-1252);
* Compêndio de Teologia (1258-1259);
* Suma Contra os Gentios;
* Comentário às Sentenças;
* Suma Teológica;
* Os Princípios da Realidade Natural. Editora Porto, 2003;
* Tratado da Lei. Porto. Rés-Editorial, 1988;
* Tratado da Justiça. Porto. Rés-Editora, 1989;
* A Unidade do Intelecto contra os Averroístas. Porto. Rés-Editora;
* O Ente e a Essência. Lisboa. Instituto Piaget.
Principais frases:
“Dê-me, senhor, agudeza para entender, capacidade para reter, método e faculdade para aprender, sutileza para interpretar, graça e abundância para falar. Dê-me, senhor, acerto ao começar, direção ao progredir e perfeição ao concluir” .
“A humildade é o primeiro degrau para a sabedoria” .
“É impossível proceder ao infinito na série dos seres que se geram sucessivamente. Deve-se admitir, por isso, que existe um ser necessário que tenha em si toda a razão de sua existência, e do qual procedam todos os outros seres. A este chamamos deus”.
“Pois é muito mais grave corromper a fé, da qual vem a vida da alma, que falsificar dinheiro, pelo qual a vida temporal é sustentada.”
“…a ninguém te mostres muito íntimo, pois familiaridade excessiva gera desprezo…”
“Três coisas são necessárias para a salvação do homem: saber o que deve crer, saber o que deve desejar, saber o que deve fazer” .
“Ensinar alguém para trazê-lo à fé é tarefa de todo e qualquer pregador, e até de todo e qualquer crente”.
“Amar é querer bem a qualquer um”.
“Não se pode justificar uma ação má com boa intenção”.
Fontes:
http://educacao.uol.com.br/biografias/tomas-de-aquino.jhtm
http://santo.cancaonova.com/santo/santo-tomas-de-aquino/
http://www.linkscatolicos.com.br/2012/01/frases-de-sao-tomas-de-aquino.html